Produzir em homestudio, com baixo orçamento e com qualidade, rola?
Bom… nem vou perder meu tempo deliberando muito sobre o que todo mundo tá careca de saber. Sim, rola.
É que a qualidade neste caso também está tá no ouvido de quem ouve. Claro que um produtor profissional tem um ouvido mais apurado em relação à produção de uma música, mas o alvo é o público. Quando você for rico e famoso, deixa que os caras cuidam da sua qualidade fodona. Enquanto isso, tem é que mostrar o trabalho pro público da melhor forma que puder.
Então, se pretende produzir a própria música, acho que é melhor partir deste ponto pra não ficar tão preocupado com o que cada amigo músico ou produtor que conhece vai opinar. O importante é que a música não deixe de ser produzida, tendo objetivado como você deseja que ela soe.
Não fique preocupado em soar bem pros caras que “manjam” pra mostrar o quanto você “manja” também. Isso é besteira. A não ser que busque ser um profissional nesta área e queira usar seu próprio trabalho como portfólio, esqueça isso.
Claro que não é tão simples começar a produzir do nada. Aliás, produção musical está longe de ser algo simples. São necessários bons (no mínimo) conhecimentos para atingir o resultado esperado (ou próximo dele).
Como a grande maioria dos músicos realizam produções caseiras, não é incomum a busca pelo bom e barato (grátis é melhor ainda, né?). Dessa forma, recorre-se muito aos VSTs. Estes softwares, muitos gratuitos, emulam os caríssimos equipamentos que se encontram em bons estúdios (também caros) e instrumentos que a maioria dos músicos mortais jamais conseguirá colocar as mãos, não só pelos valores, mas muitos também pela raridade. Isso já é uma grande maravilha e já dá pra fazer um bom trampo! É só colocar mãos à obra então!
A questão é que muitos recorrem à tutoriais na internet sobre o uso desses VSTs e acabam deparando-se com uma infinidade de técnicas e dicas, o que pode acabar sendo um problema. Qual delas usar? Uma dica mal usada pode “deformar” a finalização de uma música. Pode acabar usando tanto compressor em tudo, que a obra fica sem dinâmica com aquela sensação quadradona.
Digo isso por experiência própria. Durante a produção de muitas músicas acabei perdendo muito mais tempo vendo vídeos sobre aplicações de efeitos, com um monte de dicas conflitantes, ao invés de fazer o que realmente importava: produzir a música. Aprendi na porrada que isso pode acabar mais estressando do que ajudando. Muitas dicas são válidas, óbvio. Mas precisa de um filtro bem aplicado sobre o que se pretende realmente.
Mandei um “foda-se” e usei meu divino dom de “ouvir” pra decidir o que aplicar. Se ficou bom, excelente ou razoável da perspectiva de um “entendedor” não importa. O importante é que tá feito.
Se alguém ouve tua música procurando os defeitos na gravação, certamente não está ouvindo com o propósito para qual ela foi feita. Então não importa.
É absolutamente natural os ouvidos cansarem depois de horas trabalhando na mesma música. Começa a parecer sem graves, agudo demais… é nisso que os caros equipamentos de qualidade fazem mais falta, na minha opiniao. E aí que é começa a busca por soluções que não precisam. É bom sempre estar atento sobre isso. Se precisar, fique alguns dias sem mexer no áudio. É melhor adiar um lançamento do que lançar algo cagado.
Depois de pronto, quando achar que está soando adequado (saiba que nunca ficará plenamente satisfeito com o resultado) para seus ouvidos, antes de lançar, mostre para algumas pessoas. Tanto do ramo musical como fora dele. Mas procure se restringir àqueles que de fato irão contribuir com suas opiniões. Se você faz Heavy Metal, por exemplo, não adianta mostrar pra aquela sua tia descolada que curte MPB. Ela acha você uma fofura talentosa mas vai dizer que a guitarra tá muito alta, que não entendeu bem a letra porque o vocal está baixo ou gritado demais. Sacou? A culpa não é dela. Só que os ouvidos dela não tem Metallica como referência. É você que está pedindo opinião pra pessoa errada.
Por último, mas não menos importante, tenha sempre um ponto de referência, mas tenha cautela e entenda suas limitações e exigências de onde pretende divulgar suas músicas. A masterização para CD não é a mesma para streaming. Então não adianta buscar volume e saturação igual a de CD se vai mandar apenas para as plataformas digitais. Perde-se muito do som, eu sei, mas é o que tem pra hoje.
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