É inquestionável o papel das redes sociais na carreira da grande maioria dos músicos, o impacto que ela causou na industria musical e o quanto ela ajuda novos artistas a saírem pro mundo. Mas qual é o limite entre a divulgação e a chatice?
A verdade é que a frustração por não conseguir um reconhecimento rápido, especialmente se comparando à outros músicos e bandas mais reconhecidas, pode fazer com que a divulgação vire uma coisa chata. Simples assim.
Tem tanto coaching e produtor fodão por aí, vendendo workshops (bem $algado$) em vídeo, ensinando os grandes segredos do sucesso e tem uma galera seguindo tudo à risca sem perceber que de tanto serem “coachiados” estão perdidos num mar de artistas fazendo a mesma coisa e da mesma forma. E ficando loucos quando o resultado prometido pelo “detentor dos segredos”, que deu o workshop, não é alcançado. Se há originalidade no trabalho, vai passar despercebido pela forma de divulgar. Previsível, constante e sem filtros. Isso não se restringe apenas ao mundo musical. É basicamente com todos os ramos artísticos.
No caso da música, o que temos que entender é que poucas pessoas estão abertas à ouvir uma música enquanto rodam um feed de rede social. Seus amigos da música que sempre curtem e aqueles “brothers” que acompanham sua banda acabam sendo o limite de público que alcança. E você deve estar querendo mais, certo?
Então como fazer? Não divulgar vai funcionar menos ainda porque daí você some.
Essa é uma resposta bem difícil porque depende de muitos fatores. Mas de todas as variáveis, acredito que há uma constante: equilíbrio.
Seja sincero(a), você já deve ter visto algum amigo no celular (ou você mesmo) exclamando algo do tipo “ai, lá vem fulano com isso de novo, não se toca, que chato”. Então podemos supor que isso é algo comum e que vai acontecer com todos que forem insistentes com quem não tem que ser.
Aí você me diz que o problema é da pessoa, ela que te bloqueie se incomoda tanto, certo? Errado. Se for assim o que você busca é confetes e afagos virtuais. Mude o “mindset”! (Me sinto mal de escrever isso até zoando :/)
Penso que o equilíbrio é uma boa solução. E onde está este equilíbrio?
Na paciência, talvez. Todo trabalho deve ser exibido e anunciado com orgulho, afinal, certamente houve muita dedicação para produzi-lo ou alcançá-lo. E esta dedicação deve ser proporcional ao divulgá-lo.
Mandar mensagens genericamente, sem filtros, primeiramente pode parece descaso ou desespero. Nenhum dos dois é bom.
Todo mundo gosta de um convite personalizado e direto. E as pessoas geralmente ficam ansiosas quando vêem que receberam mensagens no Whats, no Direct, no Messenger ou qualquer aplicativo de mensagens. Aí vai ler e ta lá “o artista” DE NOVO, pela DÉCIMA vez na semana, com uma mensagem genérica, dizendo que vai ter show no Borogodóbs Bar. “Cola lá”.
O resultado disso é que alguém, que poderia gostar de algum trabalho seu um dia, já o rejeita pela chatice da forma de divulgá-lo.
O público deve ser pescado com vara, jogar uma rede sem ainda ter sido reconhecido pode ser um tiro no pé.
Conhecimento sempre é válido. De forma alguma estou dizendo que nenhum aprendizado sobre divulgação é bom. Muitos são, claro! De fato o compartilhamento de conhecimentos ajuda demais. O problema é quando vira mercado e promessas milagrosas.
Acho que tem é que filtrar, planejar bem. Manter as divulgações para quem realmente se interessa por elas e buscar mais adeptos do trabalho sem ser tão insistente e forçar a barra. Deixar os genéricos bem mais esporádicos, apenas para lembrar os que ainda não conheceram seu trabalho que você ainda está lá, fazendo coisas novas e que QUANDO SENTIREM VONTADE podem apreciá-lo.
Um pouco de bom senso. Isso sim pode ajudar muito.
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